"A Mentira" - Capítulo 003 (Parte 1)

Os preparativos para a festa de boas-vindas á Mercedes, acabaram saindo mais rápido do que todos esperavam, um dia já havia se passado, finalmente era sexta-feira, os convidados já haviam sidos convocados para a confraternização, agora só faltava o final de semana para que a festa começasse.



    - Ei German! - Clara gritou vindo da cozinha correndo.
    - Diga meu amor? - German colocou a mão sobre a cabeça enquanto aguardava respostas.
    - Que tal chamarmos o senhor Jorge Blanco para vir á festa? Os pais do rapaz foram grandes amigos.
    - Sim, já havia me esquecido de convidar o pessoal do interior, mas não se preocupe, irei ligar agora mesmo e chamá-los, não só Jorge, mas o Pablo, primo dele, também!
   - OK, aguardamos a presença deles. - Clara disse dando um beijo em German.

  No andar de cima, Martina e Mercedes preparam as roupas que usariam no dia seguinte para a tão esperada festa, Mercedes tirava as roupas da mala e espalhava sobre a cama, cintos, meias, maquiagens, exatamente tudo. Martina revirava a gaveta de jóias quando retirou um colar, exatamente igual ao que Mercedes deixara com Diego, o "M".
     - Mercedes? - Perguntou virando-se com o colar na mão. - Lembra disso?
     - Teria como esquecer? Ganhamos em nosso aniversário de 15 anos, é inevitável esquecer, acho que foi o presente mais importante da minha vida. - Mercedes suspirou.
     - Você trouxe com você o seu? - Martina disse sorrindo olhando para o colar.
     - HMMM - Mercedes ficou confusa, qual mentira inventaria desta vez? - Então... - Ela deu uma pausa. - Esqueci na fazenda acredita? - Ela disse arregalando os olhos e sentando na cama.
     - Que horror, como conseguiu esquecer algo tão importante?
     - Tini, eram tantas coisas para trazer que acabei esquecendo, inclusive, queria usá-la na festa, você poderia me emprestar por favor? - Mercedes levantou-se e foi até Martina. - Eu prometo que cuidarei muito bem dela.
    - Tudo bem! Desde que você me devolva no outro dia!
    - Sem problemas! Entregarei assim que amanhecer o Domingo.

    - Martina? - Uma voz chamou na porta.
    - Sim? - Martina disse virando-se para ver quem era. - Ah, Diego, entre!
    - Não, preciso que você venha até a varanda comigo, por favor, preciso dizer algumas coisas.
    - Vai lá prima, pode deixar que guardo as coisas aqui. - Mercedes sorriu.
    - OK, Volto já para te ajudar. - Martina saiu.

    - Acho que aí tem coisa! Ou Diego está apaixonado ou a sonsa da minha prima está enganando mais um, com este jeitinho meigo dela. - Mercedes revirou os olhos. - E este colar? Como pude ser tão tola de deixar o meu com o Diego, ainda bem que Martina tem um "ótimo coração" - Ela bufou com a boca e socou as roupas na mala.

•••
   - Então Diego, o que quer falar comigo de tão importante? Se for sobre o Banco, não quero saber, estou literalmente de greve, durante um mês. - Ela disse sorrindo.
   - Não, claro que não, agora estaremos em férias do trabalho, então nem quero pensar em nada disso.
   - Mas então, o que é? - Martina colocou o cabelo atrás da orelha.
   - Bom... - Diego suspirou. - Martina você sabe que eu gosto muito de você, acho que desde pequeno, tudo o que fizemos foi muito intenso, nossa adolescência, nossos beijos, tudo colaborou para chegar aonde chegamos hoje, mas fui um estúpido, fazendo com que tudo acabasse, eu não tenho mais chances com você? - Diego disse colocando-se á frente de Martina.
   - Diego, tudo foi muito intenso, somos primos, eu não gostava de ficar com você escondida de todos, nada disso é correto, mas confesso que você foi um ótimo companheiro, mas não podemos voltar. - Martina abaixou a cabeça.
   - Ei. - Diego disse colocando a mão abaixo do queixo de Martina e levantando a cabeça dela. - Eu te entendo. - A suspiração de ambos ficaram celeradas, os olhos se encontraram, e os lábios tremeram.
   - Diego...
   - Xiii - Diego colocou o dedo sobre os lábios de Martina.- Eu sei de tudo. - Então com um leve impulso os lábios deles se chocaram, foi um beijo intenso e molhado, os olhos se fecharam, a mão de Diego encontrou a silhueta de Martina, fazendo com que o calor dos corpos virassem apenas um...

•••

  - Alô? - German disse ao celular.
  - German? Que milagre é esse? - A voz através do celular disse, surpreso.
  - Verdade, e aí Jorge, como vão as coisas? Pensei que não teria o meu número salvo na sua agenda.
  - Claro que tenho e sempre terei, pois sempre considerei muito vocês, aqui está tudo ótimo, e aí como andam as coisas. - Jorge falara olhando a foto do primo.
  - Está tudo ótimo, graças a Deus. Então, estou ligando para você, apenas para lhe convidar á uma festa, aqui em minha casa.
  - Sério mesmo? Qual dia? - Jorge sorriu.
  - Amanhã, ás 20:00 horas.
  - Bom, não darei certeza, mas farei de tudo para ir, ok? - Jorge disse.
  - Tudo bem, se quiser, traga o seu primo Diego com você. - As palavras de German cortara o coração de Jorge ao meio.
  - É... - Jorge tossiu, e as primeiras lágrimas apareceram. - Acho que ele não vai poder ir. - Tossiu.
  - Por que não? - German disse preocupado e curioso ao mesmo tempo.
  - Ele está meio ocupado com a safra de milho, então não está com cabeça para festas. - Jorge secou a primeira lágrima que caíra sobre o seu rosto.
  - Tudo bem, venha você, te espero amanhã aqui, abraços, até mais.
  - Até logo. - Jorge desligou o celular. - Bom, acredito que este seja um grande sinal primo, esta é minha chance de procurar a assassina que fez isto com você! - jorge dizia olhando para a foto que permanecia em suas mãos.

Autor: Gabriel de Souza